opinião

Balda

data-filename="retriever" style="width: 100%;">

Não é simplesmente sobre o calendário de pagamento do IPVA e a novela dele nascida. É sobre como as questões vêm sendo tratadas no Rio Grande do Sul e, a respeito de como, ainda mais importante, elas vêm sendo decididas.

Ora, se ao elegermos alguém para governar o Estado, a dizer-se que não mandará nele, tampouco em nós, mas o gerirá, administrará, em regime direto e sob os encargos das responsabilidades decisórias indeclináveis (quando muito partilháveis), o mínimo que se espera e necessita é de vigor volitivo. 

Sim, se ao abrigo do conhecimento íntimo de quem foi escolhido pelo primeiro mandatário para, logo o secretário responsável pelas finanças estatais, mais o acesso que só este e o próprio governador podem alcançar a tal propósito, como suas vontades podem voar (ou avoar) ao sabor dos ventos e da gritaria?

É assim que serão tomadas, enfim, as decisões e medidas necessariamente antipáticas, estas ou aquelas, que todos sabemos inarredáveis na senda da, primeiro, retomada da estabilidade da saúde financeira da província de São Pedro, depois, daqui a décadas, escalonados percentuais de desenvolvimento crescente ainda que lento?

É sério esse negócio de que a precipitação reside no Palácio Piratini ao ponto de atos como este a propósito do IPVA anoitecerem e não amanhecerem em atenção aos grupos políticos e matizes partidárias tantas que incontáveis?

Afinal de contas: o fim da possibilidade de parcelamento do imposto indigitado foi, algum dia, ou momento, refletido e pensado como uma das, não digo soluções, mas hipóteses de fechamento dos gargalos dos cofres do Rio Grande? Se sim, que critérios técnicos contábeis alicerçaram tal postura que, convenhamos, ruiu diante do berro?

Não me conforta a possibilidade de atorar em pedaços a maneira de pagamento de um altíssimo tributo, se deparo com a condução atávica e remanescente de um Estado inteiro ao sabor de decibéis emitidos pela classe política, certamente preocupada com a reverberação da proposição nas eleições que se aproximam, nunca com o futuro do povo sulino.

Um médico não intervém cirurgicamente onde dói menos ao paciente, como um engenheiro não reforça a estrutura onde é mais belo aos olhos de quem vê a edificação, tampouco o advogado propõe a ação judicial de natureza mais aprazível ao constituinte, e por aí vai. Eles, os decentes, é claro, atuam onde é efetivamente necessário.

O resto é embuste. É paliativo. É agravante. É tudo, menos solução.

A medida antipática, tenham certeza, será substituída por outra ali na frente, tão ou mais amarga. É da história deste Estado a propensão a não desagradar a ninguém, das opiniões de esquina aos setores mais barulhentos de sua sociedade.

Chegamos ao ponto que chegamos também por isso, logo, a falta de coragem de governantes de enfrentar as teimas e baldas dos conterrâneos somente e sempre vistos como eleitorado.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

A alegria do ninho vazio Anterior

A alegria do ninho vazio

Píppi Meialonga Próximo

Píppi Meialonga

Colunistas do Impresso